Correr em casa, ter a torcida dos familiares e o apoio dos amigos, faz toda diferença para qualquer equipe e piloto de automobilismo. Não dá pra imaginar um GP de Monza de Formula 1 lotado se não há uma Ferrari na pista. Mas isso não é privilégio só dos pilotos profissionais.

É comum vermos na F1 os ingleses loucos depois da vitória de Lewis Hamilton em um GP de Silverstone, mesmo ele correndo por uma equipe alemã. Ou dos alemães vibrarem com uma vitória do compatriota em Hockenheim. Esse clima presente em pistas como Silverstone, outrora uma pista para aviões militares, evidencia uma característica que há muito tempo não vê nos autódromos: a participação da torcida no esforço do piloto.

É claro que o grito da torcida não vai aumentar a moral do piloto e da equipe durante a corrida. Isso não é futebol. Mas todo piloto, quando corre em casa, se foca mais, se dedica mais. Principalmente nós latinos. Felipe Massa em 2008 colocou a faca nos dentes e, seguindo o patriotismo de Rubens Barrichello e Ayrton Senna, se desdobrou para tirar o melhor da situação e quase saiu campeão mundial.

Na pista, por mais individual que seja o automobilismo seja, é sempre bom correr em casa. Mas isso não é privilégio só dos pilotos profissionais. Nós, pilotos virtuais, também corremos em casa, literalmente. A melhor parte disso é que sempre corremos em casa. Em contrapartida, na maioria das vezes não temos a torcida a favor. É esposa/namorada solicitando atenção, filho(a)/sobrinho(a) querendo brincar com o volante, cachorro/gato brincando com os fios do computador, chefe/cliente que exige algumas horas extras que sacrificam os treinos. Tudo conspira contra!

Se no real temos uma energia positiva vinda das arquibancadas, no virtual quase sempre corremos contra o relógio duas vezes: uma na pista e outra antes do término da paciência dos familiares. Alguns pilotos tem a sorte e a competência de mostrar para quem está ao seu redor a seriedade que circunda as corridas com simuladores. Mas estes são a exceção.

Como nem todos os pilotos têm um espaço exclusivo em casa para a prática do Automobilismo Virtual, via de regra os pilotos têm que saber negociar com os familiares e amigos os momentos que estão juntos e que cada um deve se dedicar aos seus hobbies. Afinal, a paixão pela velocidade é maior.

Particularmente, meus familiares entendem que algumas horas por semana é saudável dedicar um tempo para uma atividade que gosto. É aquela hora que ficar longe das pessoas que se convive diariamente é proveitoso para o próprio relacionamento em si. Por isso, recebo o apoio de todos. Por outro lado, quando estou com os familiares, só volto para o Automobilismo Virtual se a Red Bull me convidar para correr em algum lugar (risos). Fora isso, não faço nada relacionado a sequer carros enquanto estou com minha família. Pelo menos na vista deles (risos de novo).

E assim vamos conciliando as coisas para viabilizar esse nosso saudável vício pela velocidade, mesmo que virtual.

E vocês? O que fazem para conciliar o Automobilismo Virtual com a vida offline? Compartilhe sua experiência. Ela pode ajudar outro 3Wider a resolver esses pequenos problemas de paddock.

Por Andrei Fonseca