Antes de tudo, seja muito bem vindo à Escola de Pilotagem Virtual. Aqui concentraremos todos os conhecimentos necessários para começar do zero no Automobilismo Virtual para iniciantes até os detalhes mais avançados.

O que você verá nos próximos capítulos são anos de experiência acumulada por toda a Comunidade e compilada da maneira mais didática possível para que os novos pilotos virtuais tenham um material de consulta à disposição. Recomendamos avançar com calma pelos capítulos e sempre retornar, pois o material sempre está sendo atualizado com novas informações.

O Ajuste antes do Ajuste

Assim como no Automobilismo e qualquer outro esporte, seja eletrônico ou não, o atleta deve preparar seu equipamento para ingressar nos treinos ou jogos. No caso dos simuladores, a curva de aprendizagem é bem longa, ou seja, se demora relativamente bastante para aprender sobre tudo que envolve simuladores. Então, não basta apenas sentar na frente do computador e sair acelerando achando que é o novo astro do Automobilismo pronto para assinar com as melhores equipes do mundo.

Se no Automobilismo real diversos ajustes são feitos nos carros para receber os pilotos, no Virtual o piloto deve fazer uma série de ajustes antes mesmo de ir para a pista pela primeira vez. Estes ajustes servem para tornar a experiência de pilotagem mais precisa e suave, ao gosto do piloto, consequentemente melhorando sua performance.

Basicamente os ajustes são com relação à posição dos comandos (volante, pedais e painéis de controle – dashboard), performance e posição do(s) monitor(es), calibração dos comandos (inputs) e, por fim, performance e dados do simulador. Abaixo veremos como estes ajustes são feitos.

ATENÇÃO

Devemos lembrar que nem todos pilotos virtuais têm os mesmos objetivos ao ingressar nos simuladores. Uns buscam apenas diversão, outros buscam performance e resultado, outros buscam aprimorar suas técnicas. Além disso, os ajustes pré-corrida são totalmente subjetivos, em função do gosto e estilo do piloto. Portanto, não espere que seus adversários tenham o mesmo compromisso que você em termos de ajustes. Por exemplo, aquele piloto que busca o melhor resultado a qualquer custo poderá usar bem menos force feedback no volante e até mesmo correr com gráficos mínimos para maximizar a taxa de quadros por segundo (FPS, frames per second) do simulador e não ter a visibilidade atrapalhada por fumaça ou chuva, mesmo que isso não seja, de fato, simulação.

Diferentes níveis de configuração

Além disso tudo, no Automobilismo Virtual existem 3 níveis de configurações: As configurações de hardware e as do carro, que por sua vez são divididos em básicos e avançados. Os ajustes do carro, além de serem específicos para o estilo do piloto, também levam em consideração a configuração do hardware. Isso explica porque o arquivo de setup de um piloto raramente servirá para outro e a importância do piloto saber desenvolver o próprio ajuste.

Vamos então ver todos os detalhes que o piloto virtual tem que checar antes de começar o trabalho na pista.

Posição dos Comandos

Como falado anteriormente, se no Automobilismo real os pilotos fazem moldes dos bancos e outros ajustes para se encaixarem perfeitamente no carro, no Automobilismo Virtual temos uma rotina semelhante. Obviamente que não necessariamente o piloto virtual precisa ter um cockpit com banco concha. Porém ter um gabarito mínimo das posições do volante, dos pedais e de todos os comandos que serão utilizados pode ser bem útil a longo prazo.

Volante

Portanto, é recomendado fixar o volante de maneira que ele fique na altura do peito do piloto, com o aro do volante perpendicular (ângulo de 90º) em relação ao piso. Ou seja, nada de volante deitado como de Kombi ou Caminhão. Além disso, o volante precisa estar a uma distância suficiente que o piloto segurar com as mãos posicionadas nas extremidades opostas do aro e possa girá-lo em ambas as direções sem esticar totalmente os braços. E na posição de repouso, o cotovelo do piloto deve formar um ângulo de 90º entre o punho e ombro relaxado.

Banco, pedais e demais controles

O banco deve estar em distância suficiente para que o piloto possa se encostar totalmente e as pernas não precisem se esticar totalmente para acionar 100% dos pedais. Por fim, câmbio e demais controles devem estar alinhados com o volante, de preferência à distância que não seja preciso esticar totalmente o braço para acioná-los.

Recomenda-se ter um Painel de Comandos (Button Box ou Button Plates) com botões físicos diferentes (botões, chaves, seletores, etc) para que você possa identificar o comando pelo tato, sem necessariamente ter que olhar para o painel durante a pilotagem. Assim, você não tira o foco da pista.

Lembre-se que uma posição de pilotagem mais próxima da categoria real nem sempre é o mais vantajoso. Um piloto de F1 pilota quase deitado por questões dinâmicas do carro. Mas no virtual, a menos que seja um treinamento de cunho físico, isso não se faz necessário. E não é porque você pilota F1 deitado que seus adversários farão o mesmo.

Monitores

Performance

Os monitores devem estar posicionados na altura dos olhos do piloto, sem fazê-lo olhar para cima ou para baixo. Além disso, recomenda-se posicionar o monitor principal exatamente atrás da base do volante, como se a base do volante fosse a barra de direção que se encaixa no painel virtual do simulador. Veremos mais detalhes a frente de como posicionar corretamente o(s) monitor(es).

Uma vez posicionado, é preciso certificar qual taxa de atualização do monitor.

Taxa de Atualização

A frequência ou taxa de atualização é a capacidade que o monitor tem para reescrever o que acontece na tela em um segundo. Quanto maior a frequência (medida em Hz), mais suaves serão os movimentos apresentados no jogo. Enquanto monitores convencionais não passam dos 60 Hz, monitores gamer alcançam números como 144 Hz ou até 240 Hz. Para simuladores, quanto maior a taxa de atualização, melhor.

Uma vez sabendo qual a taxa de atualização, você poderá otimizar a performance do computador para o simulador da maneira mais adequada.

Há tecnologias como NVIDIA G-SYNC ou AMD FreeSync para melhorar ainda mais a experiência do jogador. Em suma, o que ambas as soluções fazem é diminuir o “desentendimento” entre a placa de vídeo do computador e o monitor, eliminando quebras de imagem e travamentos. Se você tiver um PC de alto desempenho capaz de extrair muitos quadros por segundo, o ideal é encontrar um monitor com uma dessas tecnologias. Mas atenção: enquanto as placas de vídeo recentes da NVIDIA suportam tanto G-SYNC quanto FreeSync, as placas de vídeo da AMD só suportam FreeSync.

Outras informações relevantes sobre os monitores são tempo de resposta, tamanho da tela e resolução.

Tempo de Resposta

O tempo de resposta é a velocidade com a qual o monitor altera a cor exibida. A medição é feita em milissegundos (ms). Neste caso, quanto menor o número, melhor, já que haverá uma diminuição no número de fantasmas e borrões. Monitores gamer geralmente têm tempo de resposta de 1 ms enquanto os monitores convencionais podem ter mais de 10 ms! Essa diferença pode ser decisiva para evitar um acidente, por exemplo.

Input Lag

Quem pilota simulador em TVs também deve considerar o input lag. O input lag é tempo entre o momento em que o comando é emitido e o momento em que a tela exibe este comando ou o tempo em que a ação processada pelo computador e a demora para que a ação seja executada em tela. As TVs com até 40 ms de input lag tem performance razoável com Simuladores. Para se ter um comparativo, 40 ms é 5 vezes mais rápido que a reação média de um piloto de F1 no momento da largada quando as luzes vermelhas se apagam.

De qualquer forma, em caso de TVs, recomenda-se manter a resolução original da tela, pois diminuir a resolução com o intuito de aumentar a velocidade dos quadros por segundo exige maior esforço do aparelho e pode inclusive aumentar o input lag. Além disso, a maioria dos aparelhos de TV atuais possuem alguma configuração específica para jogos, normalmente chamado de “modo game” ou “jogos”. Essas configurações pré-definidas são projetadas para diminuir o processamento das imagens e consequentemente diminuir o input lag.

Falando em processamento, as configurações de imagens disponíveis nos aparelhos atuais aumentam o “tamanho” da imagem que precisa ser processada pela TV antes de ser exibida, é como se fosse colocar filtros do Instagram em uma imagem antes de postá-la. Na hora de jogar o ideal é usar a imagem mais “limpa” possível da TV, desativando todas as configurações de melhoramento de imagem, pois quanto mais crua for a imagem, menor será o tempo de processamento.

Tamanho e Resolução

Com relação ao tamanho, recomenda-se pelo menos 24″ ou mais. Neste caso, quanto maior, melhor. Afinal, quanto maior seu campo de visão periférico, melhor. E com relação à resolução, prefira resoluções wide ou ultra-wide. Mas fique atento: quanto maior a resolução, mais difícil será de rodar o jogo, já que a tendência é que a taxa de quadros por segundo seja reduzida

Posição do(s) Monitor(es)

Nos simuladores de corrida, a qualidade e precisão das informações visuais que recebemos em nossas telas são de vital importância para uma condução rápida e fluida; Na ausência da Força G, as imagens são as principais informações que recebemos sobre o que está acontecendo na pista e sobre o comportamento do nosso carro. Esta informação visual é complementada pela informação transmitida pelo force feedback do volante.

Portanto, monitor(es) bem configurados são fundamentais para ter uma performance mínima nas pistas. Um monitor mal posicionado ou configurado é o mesmo que correr em um carro real com o para-brisa com distorções devido à curvatura do elemento transparente (vidro ou policarbonato).

Distância dos olhos para à tela principal

No Automobilismo Virtual, quanto mais próximo da tela você estiver, mais realismo e imersão você tem. Para telas até 27″, o ideal é uma distância de 60 a 70 cm aproximadamente, sempre levando em consideração a distância real dos olhos até a tela.

Para telas maiores ou TVs, se pode aumentar até 75 cm a distância. Mas não se recomenda uma distância superior a 75cm, pois a tela está muito longe e a coerência das distâncias entre o painel do simulador e nosso volante é perdida, criando distorções das referências da pista. A princípio, se você não está acostumado, você pode se sentir tonto e enjoado, mas no longo prazo se melhora e muito a imersão e a concentração.

Altura dos olhos em relação à tela principal

Se recomenda que os olhos estejam alinhados um pouco acima do centro da tela (cerca de 55 a 60% da altura total). Assim, estaremos bem posicionados na hora de ver o interior do carro e o exterior.

Se os olhos estão abaixo ou acima dessa linha, você se obriga a ficar em posição desconfortável, olhando para cima ou para baixo para compensar a posição de pilotagem. Logo, durante a corrida, você ficará mais cansado e com o pescoço tenso.

Por fim, o ponto mais importante na configuração do simulador: O FOV (campo de visão, field of view).

Posição do volante em relação à tela

Quanto mais próximo da tela central, melhor. É importante que o aro do volante se sobreponha de 3 a 6 cm aproximadamente com a tela principal considerando a perspectiva de visão do piloto na posição de pilotagem. Desta maneira se melhora a imersão.

Configuração do banco e outros parâmetros no Simulador

Dentro de cada Simulador existem opções para modificar a altura e profundidade do banco (não do campo de visão, FOV). Deve-se ajustar para que o volante fique sobreposto ao painel do carro de uma maneira lógica e coerente, com a base do volante “encaixando” na barra de direção do carro.

Há pilotos que desabilitam o volante virtual (e braços do piloto). Há quem prefira manter. Recomenda-se retirar (ou pelo menos fixar o volante virtual caso esse tenha um display virtual com informações importantes) para melhorar o campo de visão do piloto e também otimizar a taxa de quadros por segundo (FPS) do jogo, afinal o volante já está nas mãos do piloto e ele não precisa de ter um segundo volante na tela.

Campo de Visão (FOV)

O FOV (Field of View) é o ângulo de visão que temos dentro do simulador. O olho humano tem um FOV horizontal, em média, de 178º aproximadamente. O que significa que olhando fixamente em um ponto, o olho humano percebe imagens periféricas ao lado, chegando a quase 180º de um extremo ao outro do campo de visão.

O FOV tem implicações muito mais importantes do que as pessoas imaginam, pois afeta diretamente a forma como a profundidade e a altura são exibidas e percebidas. Se o FOV for muito alto, por exemplo, as retas parecerão muito mais longas do que são, as curvas parecerão menos acentuadas e as alturas parecerão menores. Um campo de visão incorreto fornece a chamada “maior sensação de velocidade” apenas porque distâncias que parecem mais longas são percorridas na mesma quantidade de tempo, enganando seus sentidos e, portanto, frustrando qualquer propósito da simulação em si. A principal consequência disso é frenagens mais fortes desnecessárias. E como veremos mais a frente, o grande segredo está exatamente no bom uso dos freios.

Configurando o FOV

Recomenda-se configurar um FOV adequado dentro do simulador levando-se em consideração a distância e a altura da tela central e o ângulo de inclinação das telas laterais caso se use 3 monitores.

Ultimamente os simuladores, como o iRacing, estão incorporando configurações personalizadas de FOV com uma calculadora automática, bastando o piloto preencher os parâmetros para que o jogo configure corretamente o FOV.

Assim como a Calibração dos Comandos é algo subjetivo, o FOV também é alvo de muitas discussões sobre valores corretos e aceitáveis. Tecnicamente, configurar o FOV de maneira a ter mais campo de visão na tela acaba reduzindo a sensação de velocidade e distorcendo referências, mas faz com que o piloto tenha mais informações para reagir em caso de acidentes e disputas de posição. Cada piloto vai preferir um tipo de FOV, mas em termos de performance, ter as referências exatas de distância e velocidade são importantes.

3 Monitores: Configuração, Ângulo e Sobreposição das Bordas

A configuração de 3 monitores leva em consideração dois aspectos: Bordas e Ângulo de Inclinação das Telas Laterais

Quanto menores as bordas, melhor para integrar os 3 monitores. Para reduzir as bordas, costuma-se sobrepor as telas de maneira que as laterais fiquem com as bordas atrás das bordas da tela central.

Recomenda-se usar uma calculadora de graus de inclinação, uma vez que depende-se de variáveis como distância da tela e tamanho das bordas. Porém um primeiro ajuste em 45º costuma ter bons resultados. E depois, você pode “abrir” ou “fechar” o ângulo da forma que se sentir mais confortável.

Calculadora de FOV

Calibração dos Comandos (inputs)

Agora que você já tem seus comandos e telas posicionados, é hora de calibrar volante e pedais.

Existem diversos tipos de volantes que, basicamente, se diferenciam pelo mecanismo de force feedback, grau de rotação do aro e sensibilidade e resolução dos comandos.

Pelo início, para fins de Automobilismo Virtual como e-sport, recomenda-se utilizar volantes com bom force feedback (seja ele por sistema de correias como os Logitech G29) ou por Direct Drive como os novos Fanatec. Neste quesito, quanto mais precisa e maior a quantidade de informação recebida do simulador e convertida em resistência de movimento pelo volante, mais caro é o conjunto. Independente disso, o importante é configurar a força resultante de maneira que o volante não atinja o máximo de torque do conjunto, pois se o volante trabalhar no máximo do torque por muito tempo, além de diminuir a vida útil do equipamento, ele também deixará de reproduzir informações recebidas do simulador simplesmente por não ter mais potência disponível.

Grau de Rotação e Sensibilidade do Volante

Outro ponto importante é com relação ao grau de rotação do aro. Recomenda-se, no mínimo, um volante com 900º de rotação, para que o piloto possa ter um leque de configurações suficiente para pilotar diferentes carros.

E por fim, a sensibilidade e resolução dos comandos.

A sensibilidade está atrelada aos componentes do hardware. Por exemplo, existem pedais com potenciômetros analógicos, potenciômetros digitais e células de carga com componentes hidráulicos. Os analógicos são os componentes mais simples e sem muitas opções de ajuste exceto o uso de elastômeros e molas com diferentes resistências. Os digitais possuem calibração do sinal por software. E as células de carga com componentes hidráulicos é a junção dos universos analógicos e digitais, sendo possível ajustar tanto a pressão nos sistema hidráulico quando a calibração do input digital.

Por fim, a resolução está relacionada ao firmware do volante. A grosso modo, quanto maior a resolução, mais graus de movimento o comando tem. E considerando que os movimentos são iguais (tem o mesmo curso), isso significa maior precisão. Os Logitech, por exemplo, tem resolução de 16-bit (65.536 partes) no volante e 8-bit (256 partes) nos pedais. Já os Fanatec e Thrusmasters tem resolução de 16-bit (65.536 partes) no volante e pedais.

ATENÇÃO: Um freio bem calibrado é o grande segredo de um piloto virtual de ponta. Mais a frente daremos dicas específicas para calibrar os freios.

Performance e Dados do Simulador

Finalmente a hora de ligar o simulador. Mas ainda falta um passo importante: A configuração da performance do simulador e dos dados que você precisará.

Basicamente aqui o objetivo é fazer o jogo rodar no computador com uma taxa de quadros por segundo (FPS) razoável, de maneira a ter fluidez, principalmente em situações críticas como largada quando há vários adversários próximos. Por isso, é importante que o computador tenha capacidade de processamento e o jogo esteja com os gráficos configurados de maneira a rodar a pelo menos 60 FPS. A dica é fazer o jogo rodar, por segurança, no dobro da frequência de atualização do monitor.

Qualquer falta de sincronia entre a frequência do monitor e o FPS do jogo será um desperdício de recurso, afinal o PC estará trabalhando para gerar informação que não será visualizada na tela.

Exemplos de Performance dos Monitores

Para ficar claro, vamos imaginar um monitor padrão com tempo de resposta de 10ms e taxa de atualização de 60 Hz. Isso significa que ele atualiza 60 quadros por segundo. Se você tem um jogo rodando abaixo de 60 FPS, algum quadro será mantido/repetido em tela até a próxima atualização. Mas se você tem o mesmo jogo rodando acima de 100 FPS, algum quadro também ignorado, pois com 10 ms de resposta, o monitor precisa de 0,01 segundo para atualizar a imagem na tela, o que significa que ele conseguiria, se não fosse limitado pela taxa de atualização, gerar 100 imagens por segundo na tela. Portanto, para este monitor, o jogo tem que rodar entre 60 e 100 FPS. Qualquer coisa fora disso é informação ignorada.

Agora um monitor gamer, com 144 Hz de taxa de atualização e 1 ms de tempo de resposta. Neste caso, ele exibe 144 quadros por segundo e precisa de 0,001 segundo para atualizar a imagem na tela. Desta forma, o jogo pode rodar entre 144 e 1.000 FPS. E se o jogo estiver rodando a 80 FPS, isso significa que alguns quadros serão mantidos/repetidos na tela na espera pela próxima atualização de imagem. Em outras palavras, o monitor está sobrando em relação a capacidade de processamento do computador, mas nada que atrapalhe no desempenho do piloto.

É necessário ter um monitor gamer para começar?

É necessário ter um monitor com 144Hz e o simulador rodar a 200 FPS? No final das contas, depende do piloto. Existe um limite de FPS que o olho humano é capaz de identificar. Alguns estudos indicam que em determinadas condições, um olho é capaz de identificar cerca de 220 quadros por segundo. Tudo é questão de treino. Talvez de início, considerando que você fará bom proveito dos conhecimentos da Escola de Pilotagem Virtual, não seja necessário um monitor gamer de última geração. Mas, com dedicação e treino, você perceberá o momento que seus reflexos já estão prontos para um novo patamar de monitor.

Lag Gráfico

O Lag gráfico acontece quando seu processador não “aguenta” a resolução do jogo, e não consegue reproduzir as imagens no mesmo ritmo em que os eventos acontecem. Esse problema costuma se agravar com o calor.

Agora que você já entendeu o conceito, o importante é ajustar os gráficos do jogo a modo de ter o FPS compatível com seu monitor e com a capacidade de processamento do seu computador para atingir o resultado satisfatório. Para isso, atenção às sombras e texturas. Elas consomem bastante recurso de processamento. E não tem outro modo se não for por tentativa e erro.

Conexão com Internet

Para competir online, ter uma boa conexão com a internet é requisito. Mas antes de entrar em qualquer corrida, é importante entender algumas limitações técnicas que podem afetar seus resultados dependendo do servidor que você entre.

Lag de Conexão

O lag de conexão acontece quando sua internet está sofrendo um atraso no recebimento e envio dos pacotes de dados. Esses pacotes são nada mais do que dados que são transferidos entre seu computador e o servidor onde o game está hospedado. Qualquer perda de pacote faz com que você perca informação com relação ao cenário da corrida.

Netcode

O netcode está relacionado à sincronia do tempo de relógio para ambos os piloto mas, no caso do erro, a questão é exatamente a falta de sincronia causada por um lag considerável apenas para um dos envolvidos sem que o outro tenha conhecimento disso, resultando em “quebras temporais” para os piloto, envolvendo a latência da corrida. Neste caso, uma falta de sincronização entre clientes e servidores que em corridas acabam reposicionando instantaneamente os adversários, de maneira que temos colisões fantasmas.

Ping

O ping é um teste simples para medir a velocidade de conectividade entre dois pontos, que podem ser os computadores dos jogadores de um mesmo game, por exemplo. O que interessa no ping para jogos é sempre procurar pelo menor valor, o que significa que a conectividade entre você e o servidor está a melhor possível, além de todos os outros participantes. Quanto mais rápida a sua conexão e mais próximo da outra ponta do jogo você estiver, menor o seu ping e melhor o seu jogo.

Existem múltiplas causas que podem afetar o seu ping no jogo de multiplayer, todas elas relacionadas à sua conexão de internet. Aqui vão as principais:

  • Compartilhamento da conexão à internet com outros computadores, sendo principal exemplo quando o restante da família estão fazendo downloads ou assistindo streamings na hora da sua corrida online;
  • Outros programas no seu próprio computador estão utilizando a internet, como por exemplo a sincronização do Google Drive ou o Dropbox;
  • Internet banda larga de má qualidade;
  • Sinal de Wi-fi baixo ou ruim (você pode estar muito longe do roteador). Nunca corra online conectado pelo Wi-fi!
  • Vírus, spyware e ou malware que estão inadvertidamente utilizando sua internet;
  • O servidor do jogo é muito longe da sua casa. Busque sempre servidores nacionais. Na pior das hipóteses nas Américas. Servidores europeus para nós brasileiros, sem chance!
  • Erro de configuração do windows ou atualizações automáticas acontecendo no background;
  • Na pior das hipóteses, alguém pode estar hackeando sua internet.

Agora que você já certificou que sua conexão está ok, você só precisa escolher um servidor que não esteja muito distante de você em relação aos seus adversários, para que todos possam correr em condições parecidas de conexão. Para isso, prefira sempre servidores que apresentem ping baixo.

Pronto para o próximo nível!

Estando todos os pontos acima alinhados, você terá garantida uma boa experiência de pilotagem no simulador. São muitos detalhes que a grande maioria dos pilotos virtuais novatos ignoram e acabam desistindo antes mesmo de um ano de tentativas nas pistas virtuais. E isso acaba acontecendo exatamente porque todos estes detalhes tiram o foco do piloto da pista, refletindo em sua performance e resultado.

No próximo capítulo veremos sobre alguns conceitos sobre o Automobilismo Virtual que são importantes para ajudar a ambientar os novos pilotos neste e-Sport em crescimento.

Veja mais sobre a Escola de Pilotagem Virtual nos links abaixo: