Depois de assistir mais uma etapa do Mundial de Fórmula 1 no México, ficou nítido que em determinadas situações, a frase que serve para tentar acalmar os ânimos dos pilotos virtuais no Briefings está virando um contra senso na Formula 1 de verdade. Em grande parte, o problema está no alto nível de desenvolvimento dos carros da F1. Pensados para minar qualquer tentativa de aproximação, os carros tem transformado as corridas em verdadeiros duelos estratégicos.

Por um lado, isso é mais interessante do que apenas uma equipe ter uma hegemonia inabalável. Por outro lado, isso exige um alto grau de interesse do fã na categoria, o que inibe a renovação do público que prefere disputas mais diretas, com ação em pista sem abstrações.

E aí que entra o caminho que acredito que o Automobilismo Virtual não pode tomar. A busca pela simulação perfeita traz consigo os mesmos problemas enfrentados nas categorias reais. Os simuladores devem ter sim um compromisso com a física, mas também proporcionar situações ideais impossíveis de se ter nas pistas de verdade, como por exemplo, traçado sempre limpo capaz de transformar qualquer pedaço de pista em ponto de ultrapassagem.

O dia que no Automobilismo Virtual os pilotos tiverem que decidir a corrida na Curva 1, teremos o início do caos nos simuladores, pois todas as corridas serão chatas e muito acidentadas, afinal arriscar tudo com a segurança de um ESC é muito fácil para qualquer braço-duro.

Não se ganha corrida na primeira curva? No real, sim. Mas no Automobilismo Virtual, não! É que continue assim. Tem muitas corridas virtuais muito mais emocionantes que o real! E é por isso que curto esse trem!